[Missão Rank D] Parceiro de Tabuleiro

Ao arrancar o panfleto da missão escolhida do quadro de missões e ir diretamente a saída, movi a grande porta de madeira para que eu pudesse passar, guiando-me pelas frestas que deixei, passando por elas e fechando lentamente a porta, com medo de que um grande barulho fosse feito — que possivelmente resultaria em uma bronca de alguém superior —. Com o panfleto em mãos, segui caminhando sobre o caminho de pedras que guiava até o portão cujo ao mover com esforço, me encontrava fora do terreno da construção da guilda.

Estando nas constantes ruas movimentadas de Oshibana, me vi com uma situação delicada e um pouco vergonhosa: ”Aonde ficava o Parque?”. Virei-me pelos lados, procurando alguém para pedir que me guiasse, mas, com meus pensamentos alheios e o desgosto de perguntar para alguém aonde ficava, me desafiei a procurar tal local o mais rápido possível. Assim ao começar a andar, a primeira rua que direcionava possivelmente a “alguma coisa central” foi aonde percorri, a procura da praça.

Depois de algum tempo, as pontas de meus pés já estavam quase doloridas por ter tropeçado em algumas pedras alheias que estavam fora do lugar nas estradas, mas isso tudo foi desfeito quando eu encontrei o tão procurado lugar de onde a missão pedia que fosse feita: a Praça Central.

Reli novamente o panfleto para que eu não fizesse algo errado, e ao obter as informações de que um idoso estava fazendo aniversário e queria que eu jogasse xadrez na praça a tarde inteira, me direcionei ao primeiro arbusto com flores para que eu pudesse retirar algumas e dá-las ao senhor, apenas como um ato de educação e de não deixa-lo no “esquecimento da idade”.

Depois de ter pegado algumas tulipas avermelhadas — mais precisamente quatro delas —, me direcionei a entrada do parque, e logo me deparei com uma pequena área em verde a minha frente, cercada por bancos feitos de cimento com algumas mesas em conjunto. Uma delas, sentava um senhor com um tabuleiro de xadrez montado, como se estivesse esperando alguém. Ao lado do tabuleiro estava um cupcake com uma vela colorida e acesa, fazendo notar que aquele era o senhor da missão.

Ao me aproximar dele, instalei em minha expressão o sorriso mais educado que eu podia fazer, e quando notou a minha presença, tal continuou em sua posição com cara emburrada e braços cruzados, encarando o bolinho ainda com a vela acesa.

— Aposto que você veio por causa da missão que eu coloquei lá naquela guilda — Exclamou, de modo rude.

Não me incomodei com a atitude do mesmo, pelo contrário, ainda com o sorriso no rosto eu entreguei as rosas para o mesmo, esperando que pelo menos ele desse um agradecimento.

— Bem, esse foi o único presente decente que eu pude encontrar por aí para te dar. — Falei, de modo gentil.

O mesmo ao ver a atitude, notavelmente seus olhos arregalaram-se ao ver as flores e soltou um leve sorriso, abrindo suas mãos e pegando-as.

— Vamos ver do que um velho como eu pode fazer para te derrotar no xadrez. — Exclamou, cruzando seus braços novamente de modo desafiador, pedindo com as mãos para que eu me sentasse a frente dele, para iniciar a partida.

Ele era as peças pretas, e eu as brancas. Passei a começar primeiro, e depois de pensar um pouco, movi um de meus cavalos para a frente dos peões, sendo assim o primeiro que eu movi. O homem, iniciou sua jogada movendo um de seus peões duas casas a frente do mesmo. O jogo continuou calmo até o final da tarde, já que pelo fato de que eu revelei uma boa habilidade ao jogo, porém ele era mais habilidoso, o que me fez perder a partida.

O sol estava se pondo, o mesmo ficou feliz quando o jogo acabou e eu pedi para que eu pudesse ter a permissão para ir embora. Depois de desejar-lhe um feliz aniversário e despedir-me de tal, percebi ao olhar pelo canto de meus olhos que o idoso acariciava as flores, como se aquilo trouxesse lembranças de seu passado — ou de sua vida —, e novamente soltou o mesmo sorriso de antes, um sorriso calmo e contente pelo seu dia.