Missão rank C- Katerina

Sai da caverna e comecei a debandar pelos arredores, a floresta durante a noite ficava fria demais, imaginei portanto que os campistas trapalhões provavelmente estariam se aquecendo com uma bela de uma fogueira. Surpresa com a minha capacidade cognitiva, subi em uma árvore grande a fim de poder avistar a luz que a fogueira emitiria.

Após varrer com os olhos a área consegui enxergar um foco de luz ao norte, eles realmente não estavam muito longe, mas que diabos essas pessoas estava fazendo aqui, será que o povo do vilarejo parou de espalhar as lendas sobre a floresta amaldiçoada ou eram apenas desavisados? O motivo não me importava, a tarefa que o mestre havia dado era simples, espantar e recolher os pertences.

Rapidamente desci da árvore e segui andando na direção que havia avistado, até que chegara num medíocre desfiladeiro, em baixo dele estava o acampamento, não era grande coisa. Cerca de 5 barracas. Sem pensar duas vezes pulei do barranco e saltei no acampamento. Ainda era começo da noite então a maioria dos jovens estavam em volta do fogo conversando e cantarolando, fora então que apresentei.

-Olá. - Os olhos se voltaram para mim. - Crianças ignorantes, não sabem que essa floresta é amaldiçoada?- O clima sério tomou conta do acampamento, pelo visto eles sabiam das lendas.

Ninguém ousou falar nada por alguns segundos até que um jovem que parecia ser o mais corajoso vociferou.

“Não temos medo de você, estamos em maior número.”

Foi o necessário para a idiotice reinar, o mesmo rapaz pegou um pedaço de madeira da fogueira e como se estivesse armado do poder das chamas veio em minha direção com menção de me queimar.

-Tsc. Burro. - Sussurrei antes de morder a minha liga e cuspir um jato de sangue em sua direção, o suficiente para apagar o fogo e ainda paralisar o garoto, que começou a berrar apavorado.

“ Isso é sangue!? Por favor  galera me ajudem, não sinto nenhuma parte do meu corpo, não consigo me mexer ! Ela é um demônio!”

A palavra demônio não me assustou, afinal não havia sido a primeira vez que eu tinha sido chamada por aquele nome, estava todo mundo perplexo enquanto o garoto surtava na poça de sangue, percebendo a apatia me virei para a multidão aglomerada ao redor da fogueira.

- Saiam daqui ou vou banhar todos vocês no meu sangue amaldiçoado e nunca mais voltarão pras suas casas.

As pessoas ainda estavam letárgicas, será que aquilo era o chamavam de estado de choque ou eu não havia sido clara o suficiente? Olhei ao redor, havia um pequeno facão que deviam usar para cozinhar, em cima de uma mesa improvisada de acampamento, caminhei até la com todos os olhos voltados pra mim, mas decidi não colocar as mãos na faca e sim na cenoura que estava ao lado.  Como se tivesse todo o tempo to mundo me aproximei do jovem imóvel que seria o exemplo pro resto, e no contraste de toda vagareza, com um lapso de velocidade, acertei o olho esquerdo do garoto com a ponta da cenoura perfurando até chegar a massa cinzenta do interior de sua caixa cranial.  Sem delongas quebrei a parte da cenoura que havia ficado pro lado de fora e mordi.

-Nossa bolo de cenoura deve ser muito bom. - Comentei comigo mesma antes de olhar pras outras pessoas. - Alguém quer cenoura? – Estendi a mão com o pedaço do legume laranja para o pequeno grupo de pessoas, foi quando alguém gritou.

“Ela vai matar todos nós!”

É a balburdia se instaurou, todos começaram a correr e logo a confusão se formou e dissipou quando as pessoas fugiram. Ficara somente o corpo semi morto e os artefatos de camping. Estendi uma lona de acampar e fui colocando tudo que haviam deixado para trás no pedaço de pano, e então após terminar a tarefa, comecei a puxar a lona em direção a caverna, demoraria mais tempo para chegar já que precisaria dar a volta no pequeno barranco, mas nada que tardasse.

O corpo caído se mecheu, ainda respirava, enquanto me afastava comentei, sem ter certeza se ele ainda tinha consciência e poderia ouvir.

- Não se preocupa, daqui a pouco algum animal virá terminar mata-lo é tão lindo não ? Fazer parte da teia alimentar. Eu me sentiria incluída no mundo se meu final fosse assim, sinta-se honrado.

Cerca de uma hora depois eu chegava exausta com um monte de tralha na guilda que pertencia. Alfred tinha mensmo uma mania de juntar objetos, talvez ele fosse acumulador.