Missão rank D - Katerina

Após algumas horas de trem eu estava em Oak Town, por algum motivo me senti vulnerável, parecia que finalmente tinha achado um lugar para me ancorar e já estava distante. Suspirei quando desci do transporte e comecei a caminhar pela cidade nova. Não fazia idéia de como eu recolheria informações sobre a guilda extinta Phantom Lord. Percebi após andar um pouco pela cidade que aquele não era um trabalho tão bom quanto imaginei, já que para recolher informações precisaria me comunicar com algumas pessoas e bom, eu odiava falar com outras pessoas.

Aproximei-me do que parecia ser uma taverna, conhecia bem aquele ambiente, o tipo de pessoa que frequentava aqueles lugar poderia saber alguma coisa da falida Phantom Lord. Abri a porta e me dirigi ao balcão sem me abalar com os olhares masculinos que mediam cada movimento meu. Sentei-me sem dar bola pros comentários que ouvi e dirigi o olhar pro balconista que perguntava o que eu iria querer.

-Primeiro, um copo de leite e bolo se você tiver.

O homem mal encarado, careca, com um pano meio nojento no ombro gargalhou, parecia que as pessoas não costumavam pedir aquele tipo de coisa naquela taverna, mas era o que Alfred havia me oferecido e o bar dele parecia muito melhor que aquele.

- Você não come bolo?

Perguntei quando percebi que ele parecia estar se divertindo do meu pedido. Ele ficou um pouco intrigado coma pergunta.

“Prefiro comer criancinhas como você no meu café da manhã.”

Olhei confusa, pelo visto ele era canibal, pois comia seres humanos. Aquilo me deixou um pouco enojada, mas aquele tipo de gente deveria conhecer a antiga guilda que existia alí.

- Não sou criancinha. - Resmunguei antes de virar rapidamente meu copo de leite deixando um bigodinho quando o  finalizei- Se você cooperar comigo vou ignorar essa ameaça sobre se alimentar de mim e fingir que nada aconteceu.

Fingi não perceber que naquele momento a minha conversa com o balconista parecia estar sendo assistida por todos os membros do bar, alguns estavam rindo e outros olhavam para mim de uma forma curiosa, mas ninguém me levava a sério, particularmente não me importava com a credibilidade que eu passava, só queria terminar aquele trabalho logo.

“Sua Atrevida acha que está falando com uma de suas amiguinhas?”

As mãos do balconista foram em direção ao meu macacão e logo me puxou pela gola para perto dele. Amiguinhas? Mal sabia o careca que aquela palavra era desconhecida para alguém como eu, retirei as minhas luvas e então toquei com a mão nua no punho dele. -Disenteria virus… - Sussurrei quase que inaudivelmente. Meu vírus começou a agir, o homem me largou e se agachou atrás do balcão em cócoras. Me apoiei para frente afim de enxerga-lo em baixo do balcão e sussurrei:

-Isso é consequência do meu vírus, quem encosta em mim fica doente sabia? Não devia ficar tocando em coisas que não conhece, se quiser se curar pode começar me respondendo umas perguntas. – Levantei o rosto e olhei para trás, os homens estavam preocupados e faziam menção para levantar. - Acho que ele está com diarréia. - No mesmo instante um pum e um fedor se instalou no ambiente. O careca sentia tanta dor abdominal que não conseguia se expressar. Me apoiei novamente no balcão olhando para baixo e continuei. - Onde era a antiga Phantom Lord? Sabe a localização?

Ele movia positivamente com a cabeça,

- É fora da cidade ? - outro aceno positivo. - Em que direção ? - Ele apontou para o norte. Era o suficiente. - Obrigada careca-sama, boa sorte na sua dor de barriga.

Saí da taverna e assim que a porta se fechou desativei minha magia, até ele se recompor eu teria tempo o suficiente para me afastar. Me dirigi para fora da cidade, não foi dificil encontrar a sede da antiga guilda indo pela direção que o homem havia me indicado, era um amplo espaço  cheio de destroços, se houvesse alguma coisa de valor ainda alí, seria bem dificil de encontrar, pois as guildas de caçadores de tesouros já deviam ter se feito a limpa antes de mim.

O fim da guilda pareceu ter sido uma grande batalha, precisava encontrar algo parecido com um escritório, assim poderia encontrar antigos documentos, torci para que eles não tivessem sido carbonizados pela batalha e após alguns intantes encontrei o que procurava. Em baixo dos escombros haviam alguns papeis parcialmente intactos, peguei os maços e então olhei para a minha mão e me dei conta de que tinha esquecido a luva na taverna. - Droga. – recolhi os documentos e continuei andando pelos escombros, não parecia ter nada importante por alí. Me afastei dos escombros com os papeis, talvez aquilo fosse o suficiente.

Segui em direção a cidade para pegar o próximo trem para casa, resolvi passar pela floresta para cortar caminho, e enquanto seguia pelo caminho tropecei numa pedra. Parei e analisei o que havia prendido o meu pé, não era necessariamente uma pedra e sim a vertice de um baú semi enterrado. Eu não era curiosa a ponto de parar para analisar o baú, mas o objeto não estava muito londe dos escombros e talvez a explosão tivesse feito alguns projeteis caírem a certa distância da sede da guilda. Desenterrei o baú sem muita dificuldade, realmente era da phantom lord, o símbolo da guilda enfeitava o receptáculo de madeira. Preferi não abrir, a ignorância as vezes é uma benção. Continuei meu caminho para a estação de trem, agora com um pequeno baú e uma pilha de papeis.

No final do dia já estava de volta.