[Entrada] Heishiro- O homem com alma de demônio

Por fim, o ex-padre seguiu a jovem misteriosa para o interior da majestosa aeronave, esta pelo seu exterior parecia ter sofrido danos severos, no entanto, o seu interior revelava um contraste exuberante, quase como se fosse um outro local completamente diferente. O local onde se encontravam de início era um pequeno cubículo que levava à entrada e saída da nave, por onde haveriam passado, depois teriam que subir numas normais escadas de metal posicionadas na vertical, fixas à parde oposta à rampa que, por sua vez, já havia sido levantada e selado a entrada. A garota subiu primeiro, assim que alcançou o topo colocou as mãos na cintura, inspirou com confiança e continuou o caminho em silêncio. De seguida, encontrava-se o grande salão, era uma enorme sala toda decorada em tons negros, cinza e vermelho, as cortinas que tapavam as janelas arrastavam-se pelo chão e, em cada lado do salão, existiam mais corredores que levavam a outras encruzilhadas e segredos da nave. Finalmente, era possível observar um pequeno bar e uma escadaria que levava a andares superiores. A falta de vida naquele local era evidente, parecia que a garota habitava ali sozinha, no entanto, a verdadeira identidade daquele local foi revelada com os ornamentos encarnados que não eram nem um pouco discretos, o símbolo da antiga guild era visível acima do bar, era, provavelmente, um motivo de orgulho visto que era tão grande e chamativo.
Adhara apresentou o sujeito ao bar permitindo que se servisse à vontade e, acabou por de uma vez por todas dar um pingo de vida ao local, ela falou com o "convidado":
- Sinto muito em informar... - prolongou a última palavra tentando lembrar-se do nome do homem, porém foi debalde - Toda esta "hospitalidade" vem com um preço, caso ainda não tenha percebido, esta é a Grimoire Heart e eu estou no comando até que o Master retorne. - sorri, ligeiramente elevando o canto esquerdo da sua boca, enquanto isso, pegava numa garrafa de vinho tinto que tinha no bar e se servia a sí própra - Por isso, eu posso fazer o que bem entender. - começa a gargalhar de forma sonora, o seu riso alcançava toda a sala, manteve o olhar fixo para os olhos dele e, após isso, bebeu um pouco de vinho.

NPC:

As palavras do homem espalharam-se por todo o salão como assombrações, o ambiente ia, gradualmente, ficando mais e mais pesado, a tensão entre Adhara e o homem era algo que poderia alcançar um nível, relativamente, preocupante. Contudo, apesar do pequeno discurso do convidado, a garota parecia deveras animada com a situação, era o único pingo de diversão que teve desde a saída do Master, aquele velhote fazia isso várias vezes, no entanto, deixava sempre alguém no comando. A responsável e a anfitriã da pequena "receção" ao sujeito, mostrou-se muito agradada ao ouvir as suas palavras, tanto, que depois de dar uns quantos goles terminando o copo de vinho, caminhou, vagarosamente, até ele, a sua postura era de alguém totalmente descontraído, porém que sabia do que é capaz, a sua aura, era tão forte como qualquer Master, era estranho que se mantivesse como membra normal, o estranho, é que era a única membra da guild.
- Que fofinho, aqui o padrezinho é realmente engraçado... - comenta consigo mesma enquanto prossegue o seu avanço lento até ele - Admiro a sua "incrível" perspicácia, foi capaz de olhar em frente e reparar num símbolo - sorri - Verdadeiramente, impressionante. - começa a bater palmas ao mesmo ritmo que dá cada passo, até que, por fim, alcança-o. A sua altura normal era mais baixa que à do sujeito, todavia, com o auxílio dos seus sapatos, esta conseguia ficar cara a cara com ele. Quase encostou a sua cara no ouvido direito do homem e aí, continua a falar com ele:
- Você, ó.... pombinha, você pensa que sabe o que é o inferno? - pergunta num tom irónico, não dando tempo para uma resposta - Você não faz... a menor... ideia... do que é o inferno. - termina de falar movimentando a boca como estivesse mordendo algo, porém apenas bate dente com dente, terminando num sorriso rasgado. Esta, afasta-se e dá umas pequenas gargalhadas enquanto o faz, leva a ponta dos seus dedos direitos ao queixo dele e vai levantando-o à medida que fala:
- Ah, e o meu riso, não foi uma ameaça, eu gostei de você pombinha, mas quero deixar muito claro que... - eleva ainda mais o seu queixo e continua - Se existe alguém aqui, que não deve fazer algo percipitado... é você, pombinha. - ela deixa de segurar o seu queixo, com um pequeno empurrãozinha.
- De qualquer maneira, o Master ainda pode demorar, pode falar comigo, se bem que o motivo pela sua presença não seja algo muito difícil de perceber, parece que também sou um pouquinho perspicaz, já viu? - termina num tom sarcástico revelando ainda mais a sua natureza sádica e cínica. Após isso voltou para trás, gargalhando como autrora e, enquanto se afastava, segurou a garrafa de vinho, uma vez na sua posição anterior, colocou mais um pouco no seu copo e aguardou.

O sujeito ignorou por completo a situação resumindo-se a refletir, por momentos, a situação entre os seus pensamentos, no entanto, acabou por limitar-se a insistir na sua espera pelo Master da Grimoire Heart, talvez fosse por desconfiar de Adhara, ou talvez apenas por opção, apenas ele sabe o motivo para tal ação. Adhara, por sua vez, sentou-se num dos bancos que se encontravam junto do balcão, ela degustava o seu vinho e nada dizia, apenas fixava o seu olhar provocador para o homem, contudo, viu-se obrigada a dizer algo, para que não morresse de tédio:
- Ah pombinha, você é aborrecido mesmo, porque não - subitamente um enorme estrondo interrompe a garota, o som impactante de um valente soco em metal deixou-a surpreendida por segundos, porém acabou por se aperceber de que tratava-se da chegada do seu mestre. Este insistia com as pancadas de forma impaciente, estava desejoso de voltar para o seu lar, o sítio onde ele era senhor, onde governava à vontade, onde... bem, não fazia muita coisa interessante, por muito forte que ele seja, a sua personalidade senil é algo que lhe concede um lado mais frágil, mas ninguém se deve enganar, o poder do homem era extraordinário.
Como resposta, a responsável pela guild até ao momento deslocou-se rápidamente, sem sequer se preocupar com a presença do convidado, para a pequena sala que controlava a rampa, o cúbiculo cuja escada tinham subido à algum tempo.
Tudo o que era possível escutar-se no bar eram as gargalhadas do homem, eram graves, rudes e, peculiares, possuíam o seu próprio charme e sentido, era única.
- Fafafafafafafafafafa! - as suas risadas pareciam gritos de quem estivesse tentando chamar à atenção. Aos poucos, o som das risadas transformou-se em passos pesados e ruidosos até que, duas silhuetas se aproximavam do bar, a primeira era Adhara, agora a segunda... era de uma criatura enorme, quase alcançava o teto do salão, a sua presença trazia um clima ainda mais pesado ao local. Lentamente, a silhueta monstruosa diminuiu e diminuiu e diminuir, por fim, revelando-se, surgiu um velhote com uma aparência esquisita, possuia um fato elástico azul, com uma seta branca vinda de baixo para o seu peito, vestia também um cinto com a letra "G" dourada e um par de luvas e botas brancas, as suas calças, então, eram elásticas também, mas neste caso eram avermelhadas com setas azuis direcionadas para baixo. Este, chegou até ao balcão e falou de forma direta para o "intruso":
- Quem é você? O que pretende? Adhara! Deixas-te este homem entrar aqui? - a voz do homem não possuía nem um pingo de seriedade, contrastava com as suas palavras, poucos são os que levariam a sério a sua atitude.

NPC:

O jovem homem, comparado ao velhote, haveria cumprimentado o mestre ancião, porém não foi tudo o que ele fez, acabou por fazer um longo e tedioso discurso, no ponto de visto de Adhara, enquanto isso, o master limitava-se a encarar o sujeito curvado, não era possível reparar para onde ele estava olhando, os seus olhos eram cobertos por umas sombra estranhas. Durante todo aquele moment, ninguém ousou interromper as palavras do homem, no entanto, assim que este terminou, Adhara já estava de braços cruzados, aborrecida até dizer chega, até que, decidiu cutucar o braço do velhote. Ele, por sua vez, nem reagiu ao que a Adhara fez, parece que nem sentiu, aquele "amendoim maldito", como Adhara costumava chamar ele, nem se dignava a dizer algo ao jovem que acabara de quase jurar fidelidade à guild. Adhara, então decidiu aproximar-se mais do velho e disse:
- E então, o que acha do que ele falou? - perguntou num tom já desesperado, queria alguma ação, estava farta de ouvir o outro falar, cada palavra dele irritava-a.
- Ahn? Ah, me desculpe jovem, eu não ouço lá muito bem... - disse o velho se desculpando depois de não ter escutado nada que o garoto falou, ele tinha ficado a olhar para tetnar perceber o que se passara. A garota de cabelos azulados, explicou, mais próxima do seu ouvido, quais eram os objetivos do convidado, o Mestre percebeu, finalmente, o motivo da presença de um intruso na sua nave e respondeu:
- Com que então quer.... hmm.... Fafafafafafafafafafafa! - gargalhou na sua maneira única e constrangedora - Porque não falou logo? Quer entrar? Pode fazê-lo... - nesse momento, Adhara quase se encostou no ouvido do velhote e sussurou algo ao seu ouvido, para que o outro não pudesse escutá-lo.
- Bom... acho que sim, se quer entrar, tem que passar no pequeno teste que a... Adhara propôs. - nesse preciso momento, a garota caminha até ao homem, estente o pé esquerdo e diz, mostrando o sapato:
- Beije meu sapato, pombinha!

NPC:

O jovem, aproveitou-se da situação para cumprir o pedido de Adhara, no entanto, à sua própria maneira visto que não haveriam sido expostas nenhum tipo de condições ou outras exigências. Contudo, assim que este soltou o pé da garota, com o intuito de a fazer cair desamparada no solo, esta acabou por rodar todo o seu corpo para trás, aterrando com graciosidade, em pé, entretanto, era possível observar-se uma fina aura amarelada no decorrer dos seus movimentos, revelando que esta utilizara magia para alcançar tamanha proeza. Após isso, a garota, agora enraivecida, aumentou o brilho dessa mesma aura e cerrava os punhos, alterando a sua habitual atitude sádica e sarcástica para uma completamente diferente, nervosa e irritada, parecia estar-se preparando para um ataque frontal, a sede de sangue e o desejo pela morte do homem que ficava bem à sua frente eram gigantes.
- Agora você vai m- a garota foi interrompida pela voz do velhote, esta, em vez de estar no tom do costume, revelava uma seriedade que não deveria ser questionada em nenhuma altura:
- Adhara! - gritou, todavia, a garota apenas ignorou o homem e avanaçou, uma simples investida parecia ser o seu ataque, contudo, num vúltuo, o homem voltou à sua figura anterior, um ser monstruoso e alto, este, limitou-se a desferir uma valente pancada com as costas da mão esquerda no corpo em movimento de Adhara. O seu corpo voou como o de uma boneca e bateu contra uma das paredes do local, deixando a marca da garota cravada no metal.
- Ah ótimo, agora temos algo mais para arranjar... Ele fez o que você pediu Adhara, não quero que se repita, você - disse olhando para o homem, agora, novamente na sua forma mais "dócil" - Vire-se, agora é oficialmente, um membro da G-G-G-G...GRIMOIRE HEART! - gritou com muita emoção, carregando bastante na letra G, aliás, formou a mesma letra com as suas mãos e acabou por libertar um feixe de energia para as costas do jovem. Assim que este alcançou as sua pele, uma explosão de pequenas dimensões foi acionada, revelando, a marca da Grimoire Heart a ferver na sua pele, queimando-o e obrigando-o a ficar com a marca permanentemente.

NPC: